"E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda." (Lc. 23.3...
"E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda." (Lc. 23.33)
Introdução:
Pouco se houve falar acerca dos valores reais da cruz do Senhor Jesus. A Igreja ao longo do tempo tem perdido sua identidade e nesse contexto, a ideia que predomina tem sido apenas a da visão do “receber e ter”. Na vida de muitos não tem havido espaço para o “Ser”. O caminho da cruz de Cristo muito mais do que “ter”, nos leva a “ser”. Ele desafia aquele que foi alcançado pela graça de Deus, a viver os valores que foram vividos por Cristo, quando esteve entre os homens. Esse é o caminho do frutificar, da vitória e da vida abundante, que foi prometida por Jesus.
Passar pelo caminho da cruz é ser confrontado e desafiado a decisões profundas capazes de mudar todo um estilo de vida.
O caminho da cruz nos leva...
I – A uma vida de renúncias. (Mt. 16.24)
Jesus de forma categórica afirma: “... Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;...” O caminho da cruz é a identificação plena que é gerada de Cristo com o discípulo. Isso se dá em meio a uma entrega total do discípulo ao controle do Senhor Jesus. Logo, para o milagre acontecer é necessário haver renúncias na vida daquele que se dispôs a seguir a Cristo. É preciso abandonar tudo o que contamina e quebra a comunhão com Cristo. Quais são as suas vontades? Os seus desejos? Quais são as motivações do seu coração? Para ser um seguidor autêntico de Cristo e frutificando na terra, é necessário abrir mão de tudo o que se opõe aos valores do reino de Deus. É assim que seremos achados em condições de receber o melhor que foi sonhado por Ele a nós.
II – A uma vida de humildade. (Jo. 13.4...)
O clássico episódio onde Jesus lava os pés dos discípulos nos mostra a grande lição ensinada pelo Mestre. O caminho da cruz nos leva a uma vida de humildade. Vivemos num mundo de estrelismos, de altivez exacerbada; um mundo onde as pessoas não querem servir. Jesus mostrou aos discípulos e também nos mostra, que o bem maior que precisa ser cuidado é exatamente “o outro”. É emergente que se levantem vidas dispostas a uma vida de servilismo, de amor ao próximo; vidas que estejam dispostas a fazer a diferença através da humildade e simplicidade.
Conta-se que numa grande conferência de uma grande igreja, todos estavam voltados para as grandes mensagens que seriam ministradas. No meio de todo o contexto, alguém quebrou o protocolo, lendo o salmo 23. Era um senhor simples, mas que ao ler o salmo, colocou toda a sua alma e sentimentos na leitura. O resultado foi um tremendo agir de Deus na vida de todos, através do profundo toque do Espírito Santo que foi ministrado. Ao final da leitura praticamente todos estavam em lágrimas. Deus não está preocupado com os seus bens materiais ou recursos intelectuais. O que Ele deseja é ver um coração quebrantado, humilde e que esteja disposto a servi-lo com integridade e sinceridade.
III – A andar na contramão do mundo (I Jo 2.15)
Dia após dia os valores do mundo estão minando e entrando nas igrejas. Ao invés de influenciar o mundo, muitos crentes estão sendo influenciados. A identidade cristã está sendo perdida e com isso prejuízos estão sendo gerados na obra do Senhor. O caminho da cruz nos mostra que como crentes fomos chamados para abandonar os valores mundanos, para ser achados em santidade diante do Senhor. O desafio é ser transformados pela renovação do nosso entendimento, para experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12.2)
IV – Ao esvaziamento de nós mesmos ( Mt. 5.3)
Dentre os maravilhosos ensinamentos que foram ministrados por Jesus no “Sermão do Monte”, encontramos essa pérola que nos leva a profundas reflexões. “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;” para o crente se encher do melhor de Deus é necessário o esvaziamento de si mesmo.
Os pobres de espírito são aqueles que conseguiram anular os seus valores; eles se esvaziaram de si mesmos, para Deus os encher.
A cruz do Senhor Jesus anula todo o “Eu” para reinar em nós o “Grande Eu Sou”. É ser encontrado como o Apóstolo Paulo podendo dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl. 2.20)
V- A aceitar a vontade de Deus (Mt. 26.39)
O homem é possuidor de vontades, desejos, sonhos e projetos. Em meio a todo esse contexto, não é fácil abrir mão do que queremos. A grande luta travada na vida de muitos crentes, com certeza é a de aceitar a vontade de Deus em suas vidas e na trajetória do caminho da cruz, aceitar a vontade de Deus é imprescindível para vitória do crente.
No texto de Mateus 26.39, Jesus se encontra sozinho e enfrentando uma grande batalha interior. Ele sabia das implicações físicas e morais que a cruz traria; e nesse contexto, Ele ora ao Pai de forma intensa dizendo: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” Cristo teve medo e não queria passar pela morte da cruz, mas aceitou a vontade soberana de Deus. Independente do contexto e situações que estejamos passando, precisamos crer que a vontade de Deus sempre será a melhor resposta para nossas vidas. Deus não livrou Jesus da cruz, mas não deixou de responder a oração do Filho. Ao terceiro dia Cristo ressuscitou vencendo a morte, consolidando de forma plena o plano de Salvação de Deus para todos os homens. Não é fácil passar pelo crivo da vontade de Deus, mas é certo que Ele nunca deixará de nos responder de forma grandiosa e sobrenatural.
Conclusão:
O caminho da cruz é o caminho da vitória. É o caminho da parceria com Deus. E é através dele que Cristo é refletido através de nossas vidas e marcamos nossa geração com a Sua glória. Você está disposto a passar pelo caminho da cruz? Quer fazer a diferença como servo de Deus na terra? Então prime e pratique os valores aqui apresentados. Eles são bíblicos e nos levam ao centro da vontade de Deus.
Pr. Waldyr do Carmo
Igreja Casa de Oração Cehab – Itaperuna. RJ
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